Histórias do dilema da pesquisa
"Aprender a ver - habituar os olhos à calma, à paciência, ao deixar-que-as-coisas-se-aproximem-de-nós; aprender a adiar o juízo, a rodear e a abarcar o caso particular a partir de todos os lados". (Nietzsche, Crepúsculo dos Ídolos)
Iniciando a série de textos a serem produzidos semanalmente por nossos colaboradores visando ampliar e contribuir para o desenvolvimento das pesquisas em cultura material escolar, coloquei o desafio de pensar um pouco sobre quais são os dilemas da história da pesquisa primeiramente.
Durante essa semana revirando alguns discos (cd´s antigos) da época da faculdade encontrei um nada pretenso início de um livro nominado como: “E agora o relatório?” uma capa composta por um ponto de interrogação verde, quase uma charada a ser desvendada, vou começar então essa idéia de delinear alguns dilemas da pesquisa por esse texto feito há praticamente seis anos. Percebo que as perguntas, inquietações eram eminentes naquele período e acredito que ainda podem ser revalidadas e constituírem minhas percepções sobre a pesquisa.
Dos conflitos e angustias da produção do texto final para conclusão do curso de graduação, hoje consigo ver desse relato que fiz naquele período a preocupação e o desvelar da constituição da pesquisa em uma relação histórica. Percebo a vertente de como fica expresso no relato à dificuldade em entrelaçar a empiria e a construção teórica de sustentação.
No relato havia uma tentativa de dizer algo a outros colegas, mas que na verdade eram inquietações que sobrevieram da angustia no decorrer da pesquisa, hoje sei que não há respostas. Existem alguns eixos e parâmetros que vão dimensionando o ato de pesquisar. A inferência no texto constantemente de fazer uma pesquisa validada socialmente e no campo científico também chama a atenção, é um processo de reconhecer que sua escrita a respeito daquela temática pode ser outro prisma ou aprofundamento da discussão, não há naquele caso enquanto pesquisa o “inédito”, mas sim a percepção diferente sobre a temática que estava sendo pesquisada.
Reconheço hoje as dificuldades em constituir a relação do ato da pesquisa dentro processo de ensino, que muitas vezes é deixado somente para o ato final (os últimos semestres) a discussão e prática da pesquisa na Universidade, acredito ser isso uma grande defasagem para a constituição do Docente-pesquisador.
No referido texto falo um pouco da incrível sensação da busca por ser pesquisadora, acho que isso ainda sobrevive em mim. Creio que descrever um pouco dessa história nesse momento, é dizer dessa intensa vontade e tentativa de reconhecer o ato de pesquisa como algo eminente em minha constituição. Buscar olhar os diferentes objetos com um debruçar atento, acolhedor e que pode sugerir um novo desafio para pesquisar.
Esses foram alguns apontamentos que reuni dos dilemas daquele momento e que acredito ainda está presente quando penso nas possibilidades de pesquisa. Nesse traço breve de história, friso as questões da constituição do objeto da pesquisa como algo aceito no campo científico, do fazer pesquisa atrelada as questões da história e também como grande preocupação o que faço hoje, escrever a pesquisa. A escrita é sem dúvida um eterno retorno que sobrevêm às multidões existentes em cada um de nós na nossa escrita como também faz a existência de outros e de “coisas” em universos e espaços distintos.
O desafio está explicitado, vamos fazer semanalmente um exercício de dizer das multidões existentes em nós e em nossas pesquisas.
Aproveitem o espaço.
Luani de Liz Souza
Dezembro, 2010.
Durante essa semana revirando alguns discos (cd´s antigos) da época da faculdade encontrei um nada pretenso início de um livro nominado como: “E agora o relatório?” uma capa composta por um ponto de interrogação verde, quase uma charada a ser desvendada, vou começar então essa idéia de delinear alguns dilemas da pesquisa por esse texto feito há praticamente seis anos. Percebo que as perguntas, inquietações eram eminentes naquele período e acredito que ainda podem ser revalidadas e constituírem minhas percepções sobre a pesquisa.
Dos conflitos e angustias da produção do texto final para conclusão do curso de graduação, hoje consigo ver desse relato que fiz naquele período a preocupação e o desvelar da constituição da pesquisa em uma relação histórica. Percebo a vertente de como fica expresso no relato à dificuldade em entrelaçar a empiria e a construção teórica de sustentação.
No relato havia uma tentativa de dizer algo a outros colegas, mas que na verdade eram inquietações que sobrevieram da angustia no decorrer da pesquisa, hoje sei que não há respostas. Existem alguns eixos e parâmetros que vão dimensionando o ato de pesquisar. A inferência no texto constantemente de fazer uma pesquisa validada socialmente e no campo científico também chama a atenção, é um processo de reconhecer que sua escrita a respeito daquela temática pode ser outro prisma ou aprofundamento da discussão, não há naquele caso enquanto pesquisa o “inédito”, mas sim a percepção diferente sobre a temática que estava sendo pesquisada.
Reconheço hoje as dificuldades em constituir a relação do ato da pesquisa dentro processo de ensino, que muitas vezes é deixado somente para o ato final (os últimos semestres) a discussão e prática da pesquisa na Universidade, acredito ser isso uma grande defasagem para a constituição do Docente-pesquisador.
No referido texto falo um pouco da incrível sensação da busca por ser pesquisadora, acho que isso ainda sobrevive em mim. Creio que descrever um pouco dessa história nesse momento, é dizer dessa intensa vontade e tentativa de reconhecer o ato de pesquisa como algo eminente em minha constituição. Buscar olhar os diferentes objetos com um debruçar atento, acolhedor e que pode sugerir um novo desafio para pesquisar.
Esses foram alguns apontamentos que reuni dos dilemas daquele momento e que acredito ainda está presente quando penso nas possibilidades de pesquisa. Nesse traço breve de história, friso as questões da constituição do objeto da pesquisa como algo aceito no campo científico, do fazer pesquisa atrelada as questões da história e também como grande preocupação o que faço hoje, escrever a pesquisa. A escrita é sem dúvida um eterno retorno que sobrevêm às multidões existentes em cada um de nós na nossa escrita como também faz a existência de outros e de “coisas” em universos e espaços distintos.
O desafio está explicitado, vamos fazer semanalmente um exercício de dizer das multidões existentes em nós e em nossas pesquisas.
Aproveitem o espaço.
Luani de Liz Souza
Dezembro, 2010.
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